GRisc 2024: MAPS Reforça sua Liderança e Traz os Principais Assuntos Discutidos no Evento

Nos dias 12 e 13 de novembro de 2024, o 14º Congresso Internacional de Gestão de Riscos (GRisc) reuniu especialistas, reguladores e líderes do mercado financeiro para discutir as tendências, desafios e inovações que moldam o setor. Como Patrocinadora Ouro, a MAPS reafirmou sua posição como referência em gestão de riscos, contribuindo com discussões relevantes no painel exclusivo “FRTB, IRRBB e Liquidez: Conceito, Simulação e Impactos”.

 

 

Excelência Regulatória e o Papel da MAPS
A agenda do GRisc destacou o papel do Banco Central do Brasil como protagonista na regulação e supervisão do setor financeiro, mas também evidenciou a importância de soluções tecnológicas robustas para apoiar as instituições no cumprimento dessas exigências. A MAPS, com mais de 30 anos de experiência, oferece um portfólio completo de soluções integradas, modulares e escaláveis, como o MAPS Argus, que permite às instituições financeiras atender às demandas regulatórias com eficiência e precisão.

Com base nas discussões do evento, Maurício Ozahata, Coordenador da área de Risco de Mercado na MAPS, apresenta os principais tópicos debatidos nos dois dias do congresso:

Principais Pontos de Destaque do GRisc 2024:

  • Agenda Regulatória: Compromisso com a Solidez do Sistema Financeiro

A agenda regulatória do Banco Central do Brasil foi um ponto central no GRisc 2024. Abaixo estão os principais marcos regulatórios discutidos no evento, com prazos e impactos significativos para as instituições financeiras:

  • 17/11/2024: Data final da Consulta Pública 102/2024, que aborda o novo cálculo RWA SENS, trazendo mudanças importantes para a gestão de riscos de mercado.
  • 22/11/2024: Encerramento da Consulta Pública 106/2024, que trata do requerimento Solo Basis, ampliando a transparência e a uniformidade nos relatórios de capital.
  • 30/11/2024: Prazos finais das Consultas Públicas 104 e 107/2024, que estabelecem novas diretrizes para o gerenciamento de riscos em arranjos de pagamento, reforçando a segurança e o controle desses sistemas.
  • Janeiro/2025: Implementação do IFRS9, que redefine o modelo de provisões para perdas esperadas, abrangendo um escopo mais amplo de instrumentos financeiros.
  • Janeiro/2025: Entrada em vigor do novo cálculo para RWAOPAD, uma reformulação para aumentar a precisão no capital alocado para riscos operacionais.
  • 31/01/2025: Término da Consulta Pública 108/2024, que regula o Banking as a Service (BaaS), incentivando a inovação e a inclusão financeira no setor.
  • 07/02/2025: Data final da Consulta Pública 109/2024, que aborda a prestação de serviços relacionados a ativos virtuais, assegurando um ambiente mais seguro e transparente para criptoativos.
  • Primeiro trimestre/2025: Previsão para a publicação da norma sobre o novo método RWA SENS, impactando diretamente a gestão de riscos de mercado.
  • Primeiro trimestre/2025: Previsão para a divulgação da norma para o novo cálculo de alocação de capital para exposições ao risco de mercado em instituições do segmento S4, fortalecendo a padronização regulatória.
  • Dezembro/2025: Introdução do novo CADOC, padronizando dados quantitativos de testes de estresse (TEBU) para instituições dos segmentos S1 e S2, com foco na identificação de vulnerabilidades.
  • Janeiro/2026: Implementação do novo método RWA SENS, consolidando as mudanças regulatórias no cálculo de riscos de mercado.
  • Primeiro trimestre/2026: Previsão de entrada em vigor do novo cálculo de capital para exposições ao risco de mercado em instrumentos classificados na carteira de negociação de instituições do segmento S4.
  • Resolução CMN nº 4966: Novas Diretrizes para Instrumentos Financeiros

A Resolução CMN nº 4966 introduz critérios mais claros para a classificação e gestão de instrumentos financeiros, com destaque para:

  • Classificação de instrumentos financeiros: A classificação passa a ser baseada no modelo de negócio da instituição, dividindo os instrumentos em:
    • Custo amortizado: Para instrumentos mantidos com objetivo de receber fluxos de caixa contratuais.
    • Valor justo no resultado: Para instrumentos mantidos para negociação ou que não atendam aos critérios de outras classificações.
    • Valor justo: Classificação aplicável a instrumentos financeiros que não se enquadram nas categorias acima, e cujo valor seja determinado pela variação do mercado.
  • Operações em atraso: Os juros das operações serão acrruados por um período de até 90 dias após o vencimento, reforçando o controle sobre atrasos e inadimplência.
  • Cálculo de provisão: O modelo de provisão será baseado em perdas esperadas, abrangendo todos os instrumentos financeiros, e não apenas operações de crédito, o que amplia a precisão das reservas.
  • Câmbio: Operações de câmbio serão classificadas como derivativos, garantindo maior transparência e padronização no reporte.
  • FRTB: Adaptação Global e Cenários Práticos no Brasil

O GRisc 2024 trouxe uma análise abrangente sobre o Fundamental Review of the Trading Book (FRTB), destacando o avanço global na implementação das normas e os impactos esperados no Brasil.

Status Global de Implementação do FRTB

  • Canadá, Coreia e Japão: Já concluíram a implementação, liderando a adaptação às novas normas.
  • União Europeia e Reino Unido: A entrada em vigor está prevista para janeiro de 2026, consolidando a aderência às diretrizes do Comitê de Basileia.
  • Estados Unidos: Avançam para uma segunda consulta pública com data para 2026.
  • Austrália: Iniciou o processo de consulta pública, com data também para 2026.

No Brasil, a implementação do FRTB está prevista para janeiro de 2026, com expectativa de impacto neutro na alocação de capital. O país se destaca pela robustez do sistema regulatório e pela adesão tempestiva às melhores práticas internacionais.

Durante o painel exclusivo da MAPS, foram apresentados exemplos práticos comparando o método atual com o novo cálculo do RWA SENS (GIRR + CSR). Os resultados indicaram uma redução significativa no valor do RWA SENS em relação ao RWA JUR, demonstrando que as novas metodologias podem oferecer maior eficiência na alocação de capital para riscos de mercado.

  • IRRBB: Impacto dos Pré-Pagamentos no Risco Gerencial e Regulatório

 

No GRisc 2024, a MAPS demonstrou na prática a importância de uma gestão eficiente de IRRBB (Risco de Taxa de Juros na Carteira Bancária) e Liquidez, apresentando cenários que refletem os desafios e oportunidades para as instituições financeiras.

Um dos exemplos apresentados foi o de uma carteira de financiamento de veículos com pré-pagamentos. Esse cenário destacou como a antecipação de pagamentos pode impactar os principais indicadores de risco:

  • Delta EVE (Economic Value of Equity): Registrou uma diminuição, refletindo menor exposição de longo prazo ao risco de taxa de juros.
  • Delta NII (Net Interest Income): Apresentou um aumento, evidenciando maior receita de curto prazo derivada dos ajustes na carteira.

A análise ressaltou a necessidade de controles precisos para atender tanto às exigências regulatórias quanto à gestão eficiente dos riscos gerenciais.

Outro exemplo prático explorado pela MAPS foi o uso das Linhas Financeiras de Liquidez (LFLs) do Banco Central. Essas linhas permitem a utilização de ativos que não são classificados como HQLA (High-Quality Liquid Assets), oferecendo:

  • Maior rentabilidade: Os ativos utilizados apresentam spreads mais elevados, resultando em maiores ganhos para a instituição.
  • Gestão estratégica da liquidez: Ao utilizar ativos alternativos, as instituições conseguem otimizar sua posição de liquidez sem comprometer a segurança operacional.
  • Risco Climático: O Papel do Sistema Financeiro na Sustentabilidade

 

O GRisc 2024 trouxe à tona a crescente relevância dos riscos climáticos e socioambientais no setor financeiro. Eventos climáticos extremos têm se tornado mais frequentes, com impactos significativos na economia e na sociedade, reforçando a necessidade de atuação proativa do sistema financeiro.

Os Bancos Centrais, incluindo o Banco Central do Brasil, desempenham um papel essencial na estabilidade financeira e de preços. Choques climáticos e ambientais podem influenciar diretamente a inflação e a solidez do sistema financeiro, exigindo respostas ágeis e eficazes.

No contexto brasileiro, o Banco Central tem se destacado com iniciativas voltadas para:

  • Resiliência aos riscos ESG: Garantir que o sistema financeiro seja capaz de absorver impactos climáticos e socioambientais.
  • Transição para uma economia net zero: Promover ações ordenadas que facilitem a adaptação econômica e sustentável.
  • Adoção de práticas globais de sustentabilidade: Incorporar os melhores padrões em suas operações e liderar pelo exemplo.

O aprimoramento da regulação sobre riscos socioambientais foi amplamente discutido, incluindo:

  • Consulta Pública 85/2021: Envolve a atualização de normas relacionadas a riscos climáticos e ESG.
  • Resoluções CMN 4943, 4944 e 4945: Estabelecem diretrizes específicas para a gestão de riscos socioambientais.
  • Criação do Bureau de Crédito Rural: Uma medida para fomentar a sustentabilidade no financiamento agrícola.

O Banco Central tem adotado medidas significativas para reforçar a supervisão de riscos climáticos, como:

  • Testes de Estresse Climático – Fase I: Identificação de vulnerabilidades e impactos potenciais no sistema financeiro.
  • Ampliação da coleta de dados socioambientais: Por meio da Resolução BCB 151/2021, a supervisão passa a ter uma base de informações mais robusta.
  • Aperfeiçoamento do Processo RSAC (Riscos Social, Ambiental e Climático): Estruturação de ferramentas e processos que possibilitam maior precisão no monitoramento e mitigação de riscos.

O Banco Central também lidera esforços em políticas sustentáveis, incluindo:

  • Estudos para a criação de linhas financeiras de liquidez sustentável, incentivando investimentos que priorizem critérios ESG.
  • Inclusão de critérios de sustentabilidade na seleção de contrapartes e no gerenciamento de reservas internacionais.
  • Parceria com a Network for Greening the Financial System (NGFS): Uma iniciativa global para coordenação de ações voltadas à sustentabilidade.

O mercado financeiro brasileiro deve atender a três pilares fundamentais:

  • Conscientização e responsabilidade (PRSAC): Disseminar a importância de práticas ESG no mercado.
  • Gerenciamento de riscos adequado (DRSAC): Estabelecer controles robustos para lidar com riscos climáticos.
  • Transparência (Relatório GRSAC): Garantir relatórios claros e consistentes sobre a exposição e gestão de riscos ESG.
  • Ativos Virtuais: Regulamentação e Perspectivas no Cenário Financeiro

O GRisc 2024 destacou o papel crescente dos ativos virtuais, e a urgência de regulamentações claras para acompanhar a evolução tecnológica e proteger o sistema financeiro. Ativos digitais, como criptoativos e stablecoins, estão cada vez mais presentes no mercado, criando novas oportunidades e desafios para instituições financeiras e reguladores.

O Que São Ativos Virtuais?

  • Ativos digitais: Representações digitais de instrumentos financeiros que podem ser usados para pagamento, investimento ou acesso a bens e serviços.
  • Criptoativos: Subcategoria de ativos digitais privados que utilizam criptografia e tecnologias de registro distribuído (DLT) para funcionamento. Incluem:
    • Stablecoins: Criptoativos que mantêm valor estável em relação a um ativo ou cesta de ativos específicos.
    • Criptomoedas: Moedas digitais descentralizadas, como Bitcoin e Ethereum, que operam independentemente de bancos centrais.
    • Ativos tradicionais tokenizados: Títulos financeiros emitidos em formato digital, utilizando DLT ou tecnologias similares.

VASPs: Provedores de Serviços de Ativos Virtuais

Os Virtual Asset Service Providers (VASPs) são responsáveis por ofertar uma variedade de serviços virtuais, como:

  • Exchanges de criptoativos.
  • Processadores de pagamento digital.
  • Emissores de tokens digitais.
  • Serviços de custódia para ativos digitais.
  • Plataformas de empréstimos baseadas em ativos virtuais.

Esses provedores desempenham um papel central na expansão do mercado de ativos virtuais, mas também trazem desafios relacionados à supervisão e transparência.

Regulamentação: Cenário Global e Avanço no Brasil

  • Japão: Lidera o cenário global com regulamentações robustas que servem como referência para outros países.
  • Comitê de Basileia: Finalizou as revisões do tratamento prudencial para exposições em criptoativos (SC060), com implementação prevista para 1º de janeiro de 2026.
  • Brasil: O Banco Central do Brasil avança com duas consultas públicas específicas:
    • RBCB Negócio SPSAVs: Direcionada para as regras de operação e negócios envolvendo ativos virtuais.
    • RBCB Autorizações SPSAVs: Focada na regulamentação para autorização de provedores de serviços de ativos virtuais.
  • Testes de Estresse: Identificando Vulnerabilidades e Antecipando Soluções

No GRisc 2024, o papel crucial dos testes de estresse na identificação de vulnerabilidades do sistema financeiro foi amplamente discutido. Com novos requisitos regulatórios em implementação, o Banco Central busca aprimorar a eficiência e a precisão das análises realizadas pelas instituições financeiras, particularmente nos segmentos S1 e S2.

Introdução de um Novo CADOC

Um dos avanços mais significativos é a criação de um novo CADOC, que será utilizado para o reporte de dados relacionados aos testes de estresse. Este documento terá frequência de envio anual para instituições dos segmentos S1 e S2, com o objetivo de:

  • Cruzamento de dados com o ICAAP: Garantindo maior integração e coerência entre os relatórios de avaliação interna de adequação de capital e os testes de estresse.

Objetivos dos Testes de Estresse

Os testes de estresse são projetados para:

  • Identificar vulnerabilidades: Simular cenários adversos que possam expor fragilidades nas operações e estruturas de capital das instituições.
  • Antecipar mitigadores: Permitir que as instituições desenvolvam estratégias para reduzir os impactos de potenciais choques financeiros ou operacionais.

Elementos Fundamentais dos Testes

Para que os testes de estresse sejam eficazes, é necessário considerar:

  • Abrangência de riscos: Devem incluir todos os riscos relevantes, como crédito, mercado, liquidez e operacionais.
  • Cenários concorrenciais e de gestão: Incorporar simulações baseadas em condições reais e potenciais do mercado.
  • Premissas severas: A ideia não é “passar no teste”, mas identificar pontos de vulnerabilidade para ações preventivas.

MAPS: Apoiando a Transformação do Sistema Financeiro
Durante o GRisc, a MAPS reforçou sua posição como parceira estratégica das instituições financeiras. Com soluções tecnológicas avançadas, como o MAPS Argus, somos reconhecidos por oferecer suporte completo para gestão de riscos, liquidez e capital, permitindo que nossos clientes atendam às demandas regulatórias e aumentem sua eficiência operacional.

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