Série Evolução das Métricas de Gestão da Carteira Banking: Descrevendo a Métrica Duration, por Aníbal Codina

O entendimento e a aplicação de métricas são fundamentais na gestão eficaz das carteiras financeiras, especialmente na Carteira Banking, onde a precisão na análise de riscos é crucial. Neste artigo, como parte da série “Evolução das Métricas de Gestão da Carteira Banking”, vamos nos aprofundar na compreensão da métrica Duration e suas implicações.

 

Duration como Prazo Médio

 

A Duration, ou Duração, desempenha um papel essencial ao medir tanto o prazo de exposição de carteiras e operações quanto a sensibilidade do valor de mercado dessas carteiras às taxas de juros. É comum usar a Duration, especificamente a Macaulay Duration, para representar o prazo médio ponderado por valor marcado a mercado de uma carteira ou título.

 

Por exemplo, ao definir limites de volume e prazo de exposição máxima, pode-se estipular que “a exposição máxima a cupom de IPCA é de R$ 10 milhões, com Duration máxima de 5 anos”.

 

A tabela abaixo fornece exemplos comparativos de Duration para diferentes prazos, ilustrando a comparação entre um empréstimo com prestações PRICE e uma NTNF (título que paga juros semestrais e amortiza o valor de face no vencimento).

 

Prazo Duration (empréstimo) Duration (NTN)
0,50 0,50 0,50
1,00 0,75 0,96
2,00 1,23 0,89
3,00 1,71 2,51
4,00 2,19 3,18
5,00 2,65 3,79
6,00 3,10 4,36

 

É importante observar que, quando há apenas um fluxo, a Duration é igual ao prazo. No entanto, para prazos maiores, como no caso de um empréstimo PRICE, a Duration tende a se aproximar do prazo médio, considerando que todos os fluxos têm o mesmo valor de prestação em todas as datas. Por outro lado, no caso de uma NTNF, a Duration tende a “pendurar” mais para o vencimento final, onde está o fluxo de maior peso.

 

Uma das principais vantagens da Duration como prazo médio é sua capacidade de resumir toda a informação de uma carteira em um único número, simplificando a análise. Além disso, ela sugere o prazo teórico para realizar uma única operação de proteção (hedge) para toda a carteira, o que pode ser extremamente útil na gestão de riscos.

 

Duration como Sensibilidade a Subida de 1% nos Juros

 

Outra faceta importante da Duration é sua utilização como sensibilidade à subida de 1% nas taxas de juros, denominada Modified Duration. Essa métrica, embora tenha sido amplamente empregada no passado, permite calcular rapidamente a sensibilidade de uma carteira a perdas decorrentes de mudanças nas taxas de juros, resumindo toda a carteira a um único número.

Segue um exemplo de cálculo de um título que paga juros semestrais iguais e amortiza o valor de face no final de 2 anos, tipo US Treasury.

No exemplo citado, um título que paga cupom de juros semestral nominal constante de 20% ao ano, e taxa yield de 4% ao ano nominal possui uma Duration de 1,7775 anos e uma Modified Duration de 1,7426 anos, o que equivale a uma perda potencial de $ 2,31 utilizando a Modified Duration e $ 2,30 com cálculo exato. 

 

A principal vantagem da métrica Modified Duration é sua simplicidade, pois um único número proporciona uma ideia da perda potencial de toda a carteira em caso de movimento paralelo dos juros de 1%. No entanto, sua desvantagem reside na sua excessiva simplicidade. Na realidade, como discutiremos no próximo texto desta série, seu uso foi substituído pela métrica PV01, que descreve de forma mais precisa a exposição da carteira, e facilita a realização de operações de proteção ou hedge.

 

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